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O Informal - Informativo Malacacheta, tem a honra de contar, nessa edição, um pouco da história das três grandes lojas que resistiram ao tempo e seus fundadores. Loja Guedes, Casa Monteiro e Esquinão da Economia.

O primeiro foi João Luiz Guedes, o popular seu Luiz, que, desde o fim da década de 60, montou sua casa comercial, em um prédio que hoje foi anexado à extensa loja com mais de 30 metros de frente.

João Luiz Guedes

Em 1974 chegou Edelson, vindo de São Pedro do Suaçuí, logo tornou-se malacachetense adotivo. Sua loja funcionava onde hoje está a Funerária Teófilo Otoni.

Edelson deu uma sacudida no comércio local. Com seu jeito expansivo, simpatia, sua lábia inquestionável, devoção ao trabalho, junto a uma enormidade de produtos que a Casa Monteiro oferecia, logo caiu no gosto da freguesia.

José Edelson de Oliveira

Logo depois, seu Luiz, que já contava com a ajuda dos filhos na administração da loja, inaugurou uma loja mais moderna.

Irineu chegou um pouco mais tarde, em 1978. Montou sua loja onde hoje funciona a Padaria Novo Sabor. Por ser em uma esquina batizou-a de Esquinão da Economia. A loja, que Irineu herdara do pai, seu Patrício, era antes no distrito de Jaguaritira. Embora sua família fosse oriunda de Capelinha, naquela época, a cidade de Malacacheta, parecia mais promissora.

José Irineu Cordeiro Rocha

Eram outros tempos. A agricultura e a pecuária em Malacacheta eram pujantes.

O município era maior, a população crescente e ainda havia sido descoberta uma jazida de Alexandrita (uma das pedras preciosas mais valiosas) nos arredores do Córrego do Fogo.

Logo, as Lojas Guedes e filhos, Casa Monteiro e Esquinão da Economia, já dominavam quase completamente o comércio no ramo do vestuário. E não paravam de crescer.

Nesse prédio funcionou a 1ª Loja Guedes
A 1ª Casa Monteiro funcionou nesse ponto
O 1º Esquinão da Economia

Em 1982, a Loja Guedes restaurou e utilizou o prédio antigo, ao lado, para inaugurar uma loja de móveis e eletrodomésticos.

Era um tempo de muitas novidades. A energia elétrica da Cemig havia chegado há poucos anos, o sinal de TV também e a telefonia chegara em 1981.

Também em 1982, Malacacheta bateu recorde na produção de feijão, chegando a ser citada em um telejornal estadual. A lavra de Alexandrita ainda continuava a todo vapor.

Loja Guedes atual em toda sua extensão

Assim, em 1983, menos de cinco anos após sua chegada, Irineu mudou sua loja para onde é hoje, coincidentemente em outra esquina, o que possibilitou a manutenção do nome.

Era uma loja grande e moderna para os padrões da época. Por ser muito novo, muitos não acreditavam que ele conseguisse se sobressair. Mas, já em 1984, ao lado da loja principal, Irineu também abriu uma outra, de móveis e eletrodomésticos.

Esquinão da Economia atualmente

Mas, e a Casa Monteiro? Ficou parada no tempo? Claro que não. No ano de 1985, a veia empreendedora de José Edelson falou mais alto e ele inaugurou uma nova loja.

Muito grande e moderna, a nova Casa Monteiro agregava além dos produtos habituais, como: tecidos, calçados, confecções, armarinhos, também uma seção de moveis e eletrodomésticos. Um verdadeiro magazine.

Casa Monteiro atual

A Loja Guedes não ficou para trás e no mesmo ano, ampliou suas instalações com uma moderna construção anexa, que a deixou do tamanho atual.

E a história das famílias e sua relação com os negócios não parou por aí.

Na década de 90, César Guedes inaugurou a loja Jotaele Guedes, que até esse ano funcionou, com muito sucesso, na Av. Pedro Abrantes e recentemente se mudou para a praça Fortunato Mendes. Uma linda loja que, além do talento comercial de César, conta com a direção da esposa Mary.

JL Guedes em seu novo endereço

A tradicional Loja Guedes continua sendo administrada por Marcelo, sua esposa Soraia e por sua filha Marcela, formada em administração, uma das poucas da nova geração, que não enveredou para a medicina.

Edelson se casou com a guerreira "Dona Guia", vinda da área da educação. Também na década de 90, "Dona Guia" mostrou que era do ramo do empreendedorismo, criando a Guyarth, uma fábrica de roupas e estamparia que funciona até hoje, com muito êxito. Por sua fábrica passaram costureiras, estilistas e designers, que hoje fazem sucesso em carreiras solo.

Local onde já funcionou a Guyarth. Hoje junto a Casa Monteiro.

 

Irineu se casou com Beatriz, funcionária pública da educação, que embora tenha se formado em administração, não quis enfrentar os desafios do comércio. Recentemente Irineu inaugurou a VestBem, onde antes era a loja de seu irmão, Carlinhos.

VestBem. Ao lado da Virtual Papelaria.

Os proprietários dessas lojas e suas famílias também eram e continuam sendo, cidadãos de destaque na sociedade, presentes em todos os momentos importantes da comunidade.

O saudoso seu Luiz, deu nome ao shopping popular da cidade. Irineu foi vice-prefeito em um pleito recente. Edelson, foi um dos fundadores da Loja Maçônica. Todos ajudaram em projetos como, a criação do Clube Campestre e outros.

O tempo passou e as coisas mudaram muito. Hoje, Malacacheta, tendo perdido parte de seu território e população, já não   parece tão promissora. Já não existe a mineração, a agricultura e a pecuária minguaram. Como a cidade não tem grandes geradores de empregos, o comércio acabou sendo a alternativa para empreendedores de fato, e de outros, pela força das circunstâncias.

Sim, o comércio da cidade, hoje é muito mais dinâmico. Mas há que se perguntar, se é sustentável a longo prazo.

O bolo da renda não tem crescido, em contrapartida, cada vez é mais dividido por empreendedores locais, de outras cidades, por ambulantes, por grandes redes que começaram a chegar e pela concorrência crescente do comércio online.

Fato é que, lojistas como os Guedes, Edelson e Irineu e suas respectivas lojas, são remanescentes dos bons tempos do comércio e continuam lutando bravamente e com sucesso, para resistir e inovar em um mercado que não para de mudar.

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