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O Mercado Municipal de Malacacheta já foi um importante centro distribuidor das produções agrícolas da região. Nossa feira-livre era famosa pela grande variedade. Feirantes viajavam quilômetros para desovar aqui seus produtos.

José Maria Dias dos Santos (o Patinhas) conta que, quando menino vinha com seu pai de “Vila dos Anjos”, hoje município de Angelândia, para fazerem negócios no Mercado de Malacacheta.

Construído há algumas décadas em frente à Praça da Igreja Matriz, o prédio já passou por várias reformas, sempre visando dar maior comodidade a seus inquilinos, proprietários de bancas, lojas e bares e também aos feirantes e compradores.

Quem não se lembra da “Venda do Fábio”, de Fábio Rodrigues Mendes, possuidor de grande conhecimento, mas que preferiu viver uma vida simples, junto a seus fregueses fiéis? Ou da Loja de variedades de Dona Hilda, mãe de Vivi, Heília Camargos, Sinha Dentista e outros? Das bancas de seu Horácio Pêgo? Do bar de Dona Carmina?

Mesmo assim, ao longo do tempo, o Mercado viu diminuir cada vez mais seu faturamento e importância estratégica.

O surgimento dos Supermercados, das Casas de Carnes e Sacolões dificultaram a vida dos proprietários de bancas no interior do mercado. Uma reforma, iniciada há algum tempo, que mudou a feira-livre para o pátio coberto da prefeitura e que se encontra paralisada, também contribuiu para o esfriamento dos negócios.

 

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Hoje, já não existem tantas bancas de produtos agrícolas, nem tantos açougues, etc. Mas ainda há alguns bravos que resistem.
Conversando com Ciro, filho de Horácio Pêgo, um dos remanescentes, que ainda mantém açougue e bancas no mercado, ele relatou os problemas acima e explicou que em seu caso, ainda se mantém no interior do mercado como um ponto de referência.

Na realidade, seu faturamento maior vem da linquiça caseira defumada que o mesmo produz e entrega em domicilio aqui em Malacacheta ou envia para várias cidades como, Poté, Teófilo Otoni, Belo Horizonte e até mesmo Brasília.

Outra que resiste bravamente é Dona Carmina. Muitos vão a seu bar para tomar uma cerveja gelada, uma cachacinha e comer seus tira-gostos. Dentre eles, os mais procurados são a morcela e a dobradinha.

Principalmente durante as festividades de Fim de Ano muitos visitantes vão ao Bar de Dona Carmina. Alguns fazem ligação direta, ou seja, vão da festa direto para o mercado. Nesse contexto surgem algumas situações tragicômicas, como a que Ciro me contou recentemente.

Diz ele que, anos atrás, um senhor passou mal e desmaiou na banca de seu pai, ao lado do Bar de Dona Carmina. Ciro chamou mais um voluntário e iam carregando o senhor para o hospital, quando passaram pelo bar, um desses boêmios festivos começou a cantar e batucar na mesa, “Deixa a vida me levar, vida leva eu. Deixa a vida me levar...”

Ciro confessa que embora o momento não fosse oportuno, teve que colocar o doente no chão para dar algumas risadas, pela presença de espírito do bebum, que encontrou motivo para continuar a festa mesmo perante a dramaticidade da cena.

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Creuza, filha de Dona Carmina, que mora e trabalha em Belo Horizonte, quando vinha nos períodos de festa em Malacacheta, se dispunha a ajudar a mãe e ficava impressionada com o movimento e como Dona Carmina não anotava nada, fazia as contas todas de cabeça.

Dona Carmina, que está lá há 45 anos, é outra que diz que o movimento piorou tanto, que ela só mantém o bar, para ter uma ocupação. Reclama que está faltando até banheiro dentro do mercado.

Mas, mesmo assim, novos empreendedores vêm chegando ao mercado. No lugar da Venda do Fábio, hoje, tem a “Casa do Queijo”. Tem também o café moído na hora da Dona Maria, o HortiFruti Katia Mônica, etc.

Esperamos que a obra para trazer a feira-livre de volta, seja logo retornada e que o Mercado Municipal volte a seus dias de glória.

Afinal, em Belo Horizonte, a rede Globo fez um concurso para eleger qual ponto turístico era “A cara de BH” e o eleito, entre tantos monumentos famosos, foi o velho Mercado Central.

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