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Há alguns anos, um representante comercial que se hospedara no Cerne Hotel na noite anterior, ao nos atender, comentou que havia gostado de algo em nossa cidade, segundo ele uma seresta no fim da madrugada, início da manhã.

Noutra feita, esteve em minha loja uma gerente de um banco e entre outras conversas ela lembrou-se do contador de causos de Goiás, Geraldinho Nogueira. E eu lhe respondi:

- Ora, nós também temos nosso Geraldinho Nogueira. E mais que isso, além de contador de causos, ele é seresteiro, folião, gritador de leilão, artesão e padeiro entre outras coisas.

Nos dois casos, os presenteei com um CD, que imagino, tenham apreciado.

Ele nem deve saber de minha existência, eu só o conheço de vista, fui colega de escola de uma filha sua, amigo de algumas e até aluno de outra, mas o admiro e até já usei algumas de suas músicas em minhas propagandas.

Ele já foi tese de mestrado que rendeu um belo livro e já se apresentou no palácio das artes em Belo Horizonte. Na ocasião foi homenageado e homenageou o poeta nordestino “Patativa do Assaré.”

Falo de Abel Tareco Maré Mansa, o artista da terra que merece homenagens, pelo seu talento, por seu estilo de vida e acredito pela retidão, pois construiu uma vida e uma família, das quais não se ouve nada que desabone.

Engraçado que sempre achei que os apelidos “tareco” e “maré mansa” fossem uma alusão ao seu jeito diferente e tranquilo de levar a vida, mas, lendo o livro, fiquei sabendo que se trata do nome de um tipo de pão e rosca que o mesmo vendia.

Hoje, já não ouço sua cantoria ao amanhecer, não sei qual o motivo, talvez a idade avançada.

Mas era muito bom acordar de madrugada com a serenata de Abel Tareco. “A nossa casa tá pegando fogo...”

Geraldinho Nogueira, o contador de causos, folião de reis, etc., a que me referi no início, já falecido, tem estátua em sua homenagem onde nasceu.
Espero que Seu Abel possa receber seu devido reconhecimento ainda em vida.

tareco