Eisenhower-Pego-de-Sales-Filho-malacacheta

Você também tem dor nas costas?

Se a sua resposta for sim, saiba que você não está sozinho. Estudos mostram que 80% da população mundial tem a famosa lombalgia em algum momento da vida. Os motivos para tal são muitos.

Devemos sempre ter em mente que o corpo humano passou por centenas de milhares de anos de evolução na África Subsaariana. O Homo sapiens era caçador e a comida era escassa, de forma que sobreviveram apenas os mais ágeis.

Ou seja, fomos feitos para correr; no entanto, estamos cada vez mais sedentários, contrariando o propósito do corpo. Isso facilita a ocorrência de encurtamentos musculares, principalmente nos membros inferiores, levando ao desequilíbrio muscular no corpo e consequente ocorrência de sintomas nas costas ou na pelve.

Além disso, junto à má alimentação, o sedentarismo também contribui para o ganho de peso, o que sobrecarrega as articulações. Hoje a obesidade é três vezes mais comum no mundo do que a fome.

Mais ainda, trabalhamos cada vez mais sentados e com a postura incorreta, acarretando sobrecarga das articulações e dos discos intervertebrais. Esses discos são estruturas que se encontram entre os ossos da coluna (vértebras) funcionando como amortecedores.

A carga excessiva, por sobrepeso ou por peso aplicado de forma inadequada (como pela má postura, por exemplo), leva a o processo degenerativo da coluna. Com isso, pode-se apresentar dores na musculatura que fica ao lado das vértebras, chamada de paravertebral. Essa musculatura fica endurecida, e também pode ocorrer desenvolvimento de desgaste do disco intervertebral (degeneração discal) e hérnias de disco, que são saliências que podem comprimir os nervos que vão para os membros inferiores, levando a uma dor chamada de ciática.

Com o avançar da idade e a continuidade desse processo, pode haver desgaste gradual das articulações, ocasionando um quadro conhecido como artrose, que pode ser vista nas radiografias e é popularmente conhecida como "bico de papagaio". O nome é em virtude das formações ósseas parecidas com o bico desse animal quando visualizado o exame radiográfico.

Para adequado diagnóstico, é necessária avaliação pelo especialista. Além da entrevista minuciosa (anamnese) e do adequado exame físico do paciente, o médico pode necessitar de exames complementares, como radiografias e ressonância magnética. Quanto ao tratamento, o principal livro de referência em ortopedia do mundo mostra que ele é controverso em alguns pontos, o que faz com que seja muito individualizado.

Como regra geral, é importante perder peso, se obeso, realizar exercícios físicos aeróbicos de baixo impacto, fortalecer a musculatura da coluna e manter a musculatura dos membros inferiores alongada são passos importantes. Pode ser necessário ainda, dependendo do caso, uso de medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e medicamentos específicos para dor crônica.

Por fim, cuide da sua saúde e mantenha hábitos de vida saudáveis. Seu corpo agradece.

Eisenhower Pego de Sales Filho
Ortopedista e Traumatologista
Cirurgião da mão
Mestrando em ensino em saúde